quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O gigante mundo do nosso umbigo

Desenha, desenha, desenha
Faz curvas e voltas e detalhes
Faz sombras e arranjos e verdades
Constrói, constrói, constrói

Será mesmo tão genuíno?
Acho que a verdade é o que mais inquieta
Que tudo que tanto tenta fazer discreta
É na verdade espelho do contrário

Que jorre litros e litros
Que escorra por ruas e ladeiras
E que no fim dessa história não tão verdadeira
Não encontre público para saldar

Parabéns por mais essa obra prima
Estão todos aqui, comprimente a sina
Tua sina não é porém essa imagem
Não é nem essa imensa vontade

De mostrar pro mundo que se é diferente
De mostrar pra si que triste é o novo contente
De gritar calado pra todo mundo ver
De se fingir por baixo pra então ascender

A quem me dera solidão
Abraçar-te tal maneira que ao te soltar
O mundo a sua volta não pudera mais acomodar
Toda essa imensa arrogância
Toda essa hipocrisia, intolerância
Todo esse mundo que se constrói
Pra dizer que a vida não dói
Pra dizer que a felicidade mora perto
Pra dizer que hoje, cansei de ser moderno.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Nosso som

Tô pensando que encontrei em você
O som que faltava à minha mpb
O timbre suave da minha guitarra
O toque que só quem entende repara

Tô vendo que eu vou ter que escrever
Canções melódicas pra a ti descrever
Rocks pesados pra te chamar
Pra desse penhasco comigo despencar

Tô vendo que o medo do antigo incerto
Faz o meu indie ainda mais moderno
Ritmiza meu samba a te dizer
Que nessa roda, o som é sobre dendê

Pra te impressionar coloco meu terno
Canto um blues, que o bom som é certo
E nesse embalo do gentil demodê
Te pego pela mão, te levo a viver

A sinfonia agora enfim formada
Embala a risada da nossa lambada
E pra garantir a eterna notória
Gravei um vinil, contando a nossa história.

domingo, 4 de agosto de 2013

Fonte-Linda

Perambulando por pensamentos, facilmente encontro:
Simples, tranquilo, difícil dizer,
A quietude que traz ao prever
Que nele encontrei descanso.

Seja o que for, feito valedouro já o tenho.
Seja qual for, o prazer foi todo meu.
E além do que se pode descrever,
Num assombro mais que amável, me fez acender.

Ainda por entrelinhas desenho
O que insisto em palavras tentar ditar
Fecho os olhos e ali está
A vista mais bela, de um certo boêmio

Sem mais prolongar o que o mundo precisava ver
Aos poucos me acostumo ao não mais conter
E feito criança, que não cabe de alegria
E feito verso, feito música, feito poesia
Perco-me no clarão dessa tarde tão mansa
E é o seu sorriso, quieto, sossegado
que tanto me faz lembrança...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Be

Não adianta mais tentar ficar assim
Com aquele rosto amigo tão lindo, comigo, não sei onde esconder;
Esse amor, essa dor, esse jeito de viver,
Tão quieto e sútil, ninguém pode saber;
Só me resta você, seu cheiro, seu sorriso.
Só resta gritar em silêncio para o mundo ouvir
Que a felicidade caminha de mãos dadas com a gente
Quando se encontra no olhar de alguém, motivo pra sorrir!
Vem a noite, vem o dia, e escondida num pedaço de mim,
Você me faz viver, lembrar do que é ser
Por um momento, infinito!
É no mais intimo arrepio que te encontro,
É no mais sutil gesto que te sinto,
É na mais quieta das noites que te ouço,
É na mais calada das palavras que você me faz acreditar,
Que tudo que existe só existe pra você,
Que tudo que é só é por você,
Que tudo que é meu, agora é seu;
Que tudo que é nosso, é pra sempre.